O evento reuniu empresários e industriais de vários setores da economia piauiense. Todos ávidos por informações sobre a Reforma Tributária.

“Não há duvida de que o nosso sistema tributário é complexo. O que queremos não é deixar de pagar imposto, ao contrário, desejamos uma simplificação do sistema para que possamos entender e pagar um tributo justo”, disse o engenheiro e construtor Andrade Júnior.

Aliás, a palavra de ordem entre os industriais e empresários presentes ao evento era simplificação. “Só com um sistema claro e objetivo vamos poder pagar nossos tributos conscientes do que devemos. Hoje, pagamos muito e não sabemos se pagamos tudo”, disse Arthur Feitosa, presidente do Movimento Empreender Piauí – MOVE.

O mesmo sentimento é compartilhado pelo diretor de Assuntos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Piauí, Freitas Neto. “O sistema tributário brasileiro complexo e, por vezes, incompreensível. O Brasil clama por mudanças que nos traga simplificação na tributação”, disse.

E para falar sobre um tema tão caro e tão sensível, ninguém melhor que o gerente executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria – CNI, Mário Sérgio Carraro Telles. Ele proferiu a palestra com o tema “Perspectivas para a Economia Brasileira e o papel da Reforma Tributária”.

Mário Sérgio fez uma ampla abordagem sobre a economia brasileira. Falou sobre o atual sistema tributário e quais seriam os resultados a médio prazo para o país em um cenário sem a Reforma. Ele também, fez projeções de cenários para um novo sistema tributário nacional.

“A Reforma Tributária tem o poder de melhorar a capacidade de competir da indústria brasileira, que é enorme. Hoje, a indústria está sendo destruída por um sistema que retira essa capacidade de ser competitiva. Então, este é o principal benefício que a Reforma Tributária vai trazer para a indústria brasileira e para a economia do país como um todo”, ressaltou Carraro.

O economista, completa que, o efeito final é mais competitividade, mais crescimento para a economia como um todo. Diz que a Reforma vai beneficiar todos os setores: serviço, comércio, o setor agropecuário. E, principalmente, beneficiar a população brasileira, que vai ter mais emprego e mais renda.

Nas palavras de Mário Sérgio o atual sistema tributário é o pior do mundo e, sem dúvida nenhuma, está prejudicando a economia nacional. Ele ressalta que grande parte dessa falta de crescimento da economia brasileira se deve a um sistema tributário que só possui distorções e não regras.

“Cerca de 174 países do mundo usam o Imposto sobre Valor Agregado – IVA. O único país relevante do mundo que não usa o IVA são os Estados Unidos, que usam um imposto somente na venda ao consumidor final. Mas é um país diferente. Agora, lá existe uma diferença: não pagar imposto é um crime que leva as pessoas para a prisão”, enfatizou.

E concluiu, “O resto do mundo adota um imposto melhor, em todos os pontos de vista, inclusive para arrecadar, para reduzir sonegação, que é o IVA. Por isso, não há o que discutir, vamos fazer o que o mundo inteiro está fazendo”.

Por Douglas Ferreira (com informações da Fiepi)