A população amazonense, principalmente os manauaras, tem enfrentado dificuldades decorrentes de uma seca histórica que atinge o Estado. Além dos impactos diretos da estiagem, a região já enfrentou problemas com nuvens de fumaça devido às queimadas. O mais recente desafio foi uma tempestade de areia que atingiu Manaus durante a tarde do domingo. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a tempestade de areia, que resultou em significativa redução da visibilidade na área urbana da cidade.
Essa tempestade de areia em Manaus foi causada pela estiagem severa que afeta a região Norte do país há vários meses, em decorrência da influência do fenômeno climático El Niño. O Estado do Amazonas registrou, em outubro, o maior número de queimadas desde o início das medições em 1998, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe. Muitos focos de incêndio ocorreram nas proximidades de Manaus, cobrindo a cidade com fumaça densa por vários dias.
Nos últimos seis meses, a região tem recebido pouca chuva. Em Manaus, nos últimos cinco meses, os volumes mensais de chuva não atingiram sequer 100 mm em nenhum mês, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia. Isso demonstra a gravidade da seca na região.
Tempestades de areia são mais comuns em áreas de clima árido, tornando a ocorrência em Manaus ainda mais notável, devido à característica da região. No entanto, tempestades de areia já ocorreram em outras partes do Brasil, como no inverno de 2021, quando vários Estados do Centro-Oeste e do Sudeste, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, foram afetados por esse fenômeno.
As imagens de satélite indicam que um aglomerado de nuvens com grande desenvolvimento vertical pode ter desencadeado a tempestade de areia em Manaus. As rajadas de vento resultantes da tempestade, causadas pelo calor e pela umidade, levantaram a poeira e a areia devido ao solo ressecado, gerando uma enorme nuvem de poeira na cidade.
Nos próximos dias, os modelos meteorológicos preveem tempo instável, com condições para chuvas mais amplas entre segunda e terça-feira. Como é típico na região, o sol se alternará com períodos de chuva. Espera-se a ocorrência de tempestades isoladas, que podem resultar em acumulados significativos de precipitação, embora ainda insuficientes para reverter a seca que afeta a Amazônia. A partir de quarta-feira, a tendência é que a chuva diminua novamente.
Redação Move Notícias