As finanças públicas do governo Lula da Silva, no primeiro ano, deste terceiro mandato presidencial registraram um déficit acumulado de R$ 104,6 bilhões. Isso conforme dados fornecidos pelo Tesouro Nacional.
Esse déficit reflete o fato de que o governo Lula gastou mais recursos do que conseguiu arrecadar ao longo desse período. Essas informações abrangem estatísticas de diversas fontes, incluindo o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, o Tesouro Nacional e o Banco Central.
Vale ressaltar que, nos dois mandatos anteriores de Lula, o governo havia apresentado saldos positivos nas contas públicas durante os primeiros oito meses dos dois primeiros governos. Em 2003, um superávit de R$ 107,8 bilhões foi registrado, enquanto em 2007, esse superávit atingiu R$ 129,2 bilhões. Esses números foram ajustados para refletir a inflação, conforme relatado pelo jornal Folha de São Paulo.
O Brasil enfrenta um histórico de déficits nas contas públicas desde o ano 2014, período que coincide com o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, também petista. A exceção ocorreu em 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro entregou um superávit no último ano de mandato.
Vale lembrar que antes mesmo de assumir o cargo, o presidente Lula negociou com o Congresso Nacional a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição, que ficou conhecida como PEC Fura-Teto, que resultou em um aumento dos gastos públicos em até R$ 168 bilhões neste ano.
Para o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, “a situação das contas públicas já havia se deteriorado em gestões anteriores”. Durante o segundo mandato de Dilma, por exemplo, acumulou-se um déficit de R$ 288,1 bilhões. Já no governo de Michel Temer, foi criado o Teto de Gastos como uma tentativa de solucionar essa questão, mas ainda assim ocorreu um déficit de R$ 448,1 bilhões.
Durante os quatro anos de governo Bolsonaro, os gastos relacionados ao combate à pandemia da COVID-19 contribuíram para um déficit de R$ 1 trilhão. No entanto, em 2022, o governo Bolsonaro, por meio do Ministério da Economia liderado por Paulo Guedes, conseguiu entregar um superávit de R$ 54,1 bilhões, o primeiro registrado desde 2013.
Já para o próximo ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete zerar o déficit. Mas ocorre que especialistas têm demonstrado ceticismo em relação à viabilidade dessa meta estabelecida pelo governo, uma vez que o governo Lula da Silva não consegue frear os gastos públicos.