Por Wagner Albuquerque
Para combater o recente aumento de sequestros na zona rural de Ayahualtempa, no estado de Guerrero, uma força policial voluntária está recrutando crianças de 8 a 14 anos. A situação destaca a gravidade do problema do crime organizado em algumas partes do país, conforme informado pela CNN.
“Essas crianças estão aprendendo a usar armas para se proteger”, compartilhou um adolescente recrutado em uma entrevista à Milenio, explicando que a falta de lei na região o obrigou a aprender a atirar.
Guerrero, um dos estados mais pobres do México, enfrenta um aumento na violência. No início de janeiro, um ataque com drones, supostamente conduzido pelo cartel de drogas La Familia Michoacana, resultou na morte de 30 pessoas, conforme relatos de grupos de direitos humanos.
Na última sexta-feira (19), quatro membros de uma família em Ayahualtempa desapareceram, levantando suspeitas de sequestro, conforme confirmado pelo escritório do promotor público do Estado de Guerrero.
Os menores agora integram a força policial voluntária e assumirão a responsabilidade de proteger o vilarejo com cerca de 700 habitantes, enquanto os adultos procuram pelos desaparecidos, explicou Antonio Toribio, uma autoridade local.
Essa prática de armar menores para enfrentar a criminalidade já ocorreu em Guerrero, evidenciando as dificuldades das autoridades locais em lidar com as poderosas gangues de tráfico de drogas atuantes na região.
Os relatos destacam as condições extremas e os desafios enfrentados pelas comunidades rurais no México ao enfrentar o crime organizado. Esse caso suscita preocupações sobre o impacto de longo prazo dessa estratégia e os riscos enfrentados por essas crianças.