Por Douglas Ferreira
O Pantanal sul-matogrossense, uma das joias naturais do Brasil, está em chamas, e a situação é alarmante. O aumento vertiginoso de quase 900% nos índices de queimadas desde 2020 é um sinal inequívoco da falha de uma política ambiental do governo em proteger esse ecossistema vital. Com 880 focos de incêndio registrados apenas nos primeiros cinco meses de 2024, fica claro que as medidas adotadas até agora foram inadequadas para conter essa tragédia em curso.
A falta de chuvas na região durante o período de seca contribui para a propagação desenfreada do fogo, mas essa não é a única explicação. A ausência de fiscalização eficiente e o desmatamento desenfreado, especialmente no Cerrado, estão entre os principais catalisadores dessas queimadas devastadoras. A seca extrema causada pelo fenômeno climático El Niño agrava ainda mais a situação, mas não pode servir como desculpa para a inação do governo.
Enquanto o Pantanal queima, os recursos para combater incêndios e proteger a flora e a fauna continuam escassos. O alerta de Cyntia Santos, do WWF/Brasil, sobre a iminência de uma catástrofe é perturbadoramente válido. É necessária uma ação urgente, não apenas reforçando as brigadas de combate ao fogo, mas também envolvendo ativamente as comunidades locais na preservação desse patrimônio natural.
O que é o Pantantal?
O Pantanal é um bioma brasileiro localizado no Centro-Oeste do Brasil, nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Rico em biodiversidade, apresenta diversas espécies de fauna e flora. Possui um clima tropical, com duas estações do ano bem definidas.
Em seu espaço territorial o bioma, que é uma planície aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai. O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Amazônia
Além disso, não podemos ignorar o impacto sinérgico das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Com o aumento de 107% nos focos de incêndio na Amazônia nos primeiros cinco meses de 2024, torna-se evidente que a negligência ambiental do governo não se restringe a uma única região. Os Estados de Roraima e Mato Grosso lideram esse desastre, com o Pará logo atrás, demonstrando um padrão preocupante de destruição ambiental.
Em última análise, o desequilíbrio ecológico resultante das políticas falhas do governo não apenas ameaça a biodiversidade desses biomas cruciais, mas também compromete a disponibilidade hídrica e intensifica os extremos climáticos em todo o país. A urgência de uma mudança de curso na política ambiental é inegável, pois o custo humano e ambiental dessas queimadas descontroladas é simplesmente insuportável.