O presidente do Banco Central – BC, Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira, 10, que a instituição conseguiu realizar um ajuste gradual e eficaz na inflação, sem prejudicar a economia do país. Durante uma sessão pública no plenário do Senado, Campos Neto ressaltou a importância do trabalho do Banco Central em trazer a inflação para níveis mais baixos com o mínimo impacto possível na atividade econômica. Ele enfatizou que “o Brasil teve sucesso em trazer a inflação para baixo sem comprometer o crescimento e o emprego, algo que não é comum em muitos outros países”.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária – Copom, surpreendeu ao iniciar um ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, levando-a para 13,25% ao ano. Essa decisão contrariou as expectativas de parte do mercado, que esperava um corte menor, de 0,25 ponto percentual.
Campos Neto também destacou a importância da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional – CMN, em 3,0%, afirmando que as expectativas de mercado para a inflação em 2025 e 2026 estão convergindo para essa meta. Ele ressaltou que, apesar de a taxa real de juros no Brasil ainda ser elevada, já foi ainda maior em períodos anteriores.
O presidente do Banco Central também abordou o impacto da redução da taxa Selic sobre a curva de juros e a dívida pública. Ele enfatizou que a credibilidade na queda da Selic é fundamental para gerar impacto positivo na curva de juros e na dívida pública, e que a aprovação do arcabouço fiscal contribuiu para a redução dos juros futuros.
Campos Neto mencionou que as medidas adotadas pelo Banco Central nos últimos anos têm contribuído para reduzir os spreads bancários e minimizar o impacto da taxa Selic no custo do crédito. Ele também observou que a inflação global está melhorando em grande parte do mundo, mas os núcleos de inflação nos países desenvolvidos estão mais resilientes. Nos países emergentes, incluindo o Brasil, os núcleos de inflação estão convergindo, o que é um sinal positivo.
O presidente do Banco Central também analisou a composição da inflação brasileira, destacando que a parcela relacionada à oferta é relativamente pequena, enquanto a parte relacionada à demanda está se ajustando gradualmente.
Campos Neto lembrou ainda que os efeitos das desonerações de combustíveis no ano passado terão impacto na inflação de 12 meses, levando a uma aceleração no segundo semestre deste ano.
Com informações do Estadão