Há suspeita de que ex-capitão da PM estuprava a garota há um ano
O ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson da Silva Nascimento, condenado há 17 anos e seis meses pela morte da estudante de Direito, Camilla Abreu, enfrenta agora uma nova acusação: estupro de vulnerável. A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – DPCA, e da Superintendência de Operações Especiais da SSP/PI, executou o mandado de prisão nesta quinta-feira (27), na Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, onde o capitão cumpre pena em regime semi-aberto.
Allisson Wattson é investigado pelo crime de estupro de vulnerável. A vítima seria a menor de iniciais E.S.S.N., de apenas 7 anos. De acordo com as investigações policiais, os abusos ocorrem desde que a criança tinha apenas 6 anos.
Entenda o caso Camila Abreu
Relembrando o caso anterior, no dia 26 de outubro de 2017, Allisson Wattson, motivado por ciúme, matou a namorada, Camilla Pereira de Abreu, dentro do veículo dele, modelo Corolla. O acusado buscou Camilla na casa dela, por volta das 18h. Foi para levá-la à faculdade, localizada no shopping Riverside. Após o término da aula, dirigiram-se ao bar Chopp Brahma, onde encontraram uma amiga de Camilla.
Após a festa, Allisson deu uma carona à amiga da vítima e a levou até sua residência, seguindo depois com Camilla para casa dele. Durante o trajeto de retorno, a vítima e o acusado se desentenderam, e Allisson, portando uma arma de fogo de uso restrito da PM, atirou em Camilla. O tiro causou a morte da jovem por edema cerebral decorrente de hemorragia intracraniana. Foi o que atestou segundo laudo de exame cadavérico.
Após o crime, o ex-capitão escondeu o corpo da vítima no povoado Mucuim, na proximidades da BR 343, zona Rural de Teresina. No dia seguinte, Allisson levou seu carro para lavar e limpar as manchas de sangue. Depois disso ele trocou o banco do passageiro e tentou vender o veículo em Campo Maior.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, amigos e familiares de Camilla relataram o relacionamento conflituoso por conta do intenso ciúme do acusado em relação à estudante. Allisson confessou o crime.
Em tempo
Desde o ano de 2019, a defesa do ex-capitão tenta revogar a sentença de explusão dele dos quadros da Polícia Militar do Piauí. Em agosto de 2019 o Tribunal de Justiça julgou recurso da defesa do militar e manteve a expulsão dele da PM. No recurso a defesa pedia que fossem devolvidos o posto e a patente do Allisson. Mas o colegiado seguiu o voto do relator, desembargador José Francisco Nacimento.
Agora, ele enfrenta novas acusações relacionadas ao estupro de vulnerável. Isso agrava ainda mais a situação judicial dele. O que o Piauí se pergunta é: o que está acontecendo com a nossa sociedade? Como pode uma mente doentia e perturbada como a do ex-capitão, após crime tão bárbaro, e condenado a tantos anos de cadeia já ter tido progressão de pena?