Na semana da independência o grito do empresário é: Independência é morte!!!

Por Tiago Bomfim

Independência e Autoconfiança. Esse é um dos 10 comportamentos eleitos pela ONU – Organização das Nações Unidas como orientação para os empreendedores.

Nós empresários sabemos muito bem a importância de confiar em si e ter a coragem de ir para o próximo nível. Minha provocação aqui é alertar para os riscos do excesso de confiança e independência, e como isso pode impactar nos resultados do seu negócio.

Você já se sentiu sobrecarregado? Teve dificuldade para delegar e confiar? Sente que a sua equipe está num ritmo lento ou que ninguém faz tão bem feito como você? Os resultados estão abaixo do esperado? Sem você a empresa não roda?

Cuidado!!! Você pode estar acometido da Síndrome da Independência!

Lembro-me da recente visita que fiz a um grande amigo. Um senhor com experiência de quase 7 décadas de vida, 4 delas dedicadas ao seu negócio. Interessado pelo cenário econômico local, perguntei sobre dois de seus amigos empresários. Coincidentemente, ambos estavam em momentos muito parecidos e as respostas foram no mesmo sentido: “Estão ricos! Seus negócios estão em crescimento”.

Num segundo momento perguntei: e o seu negócio como vai? Ele disse ter passado recentemente por um grande desafio. O prédio onde está sua empresa hoje é alugado e, tendo sido vendido, terá que mudar de ponto em breve. Já estava certo de mudar para um prédio de mesmo nível, porém, com aluguel bem mais caro, o que era motivo de muita preocupação. Foi aí que surgiu um prédio menor (e mais barato) e ele, declarando ter muita sorte por isso, relatou a recente decisão: “Passei parte da empresa para um ex-funcionário e agora vou ficar com um negócio menor em um ponto mais barato”. Na minha avaliação, um prédio comercialmente mais fraco e uma sinalização clara de que o negócio está em decadência, até porque ele já teve prédio próprio e hoje, na condição de aluguel, está saindo de um prédio maior para um prédio menor.

Ouvindo e meio inquieto com a situação, questionei (até mesmo para me colocar à disposição, caso fosse necessário): Quando vai tomar decisão mais comprometedora como essa, o senhor consulta algum familiar ou algum desses seus amigos? E ele categoricamente respondeu: PRECISA NÃO!

A resposta é para mim uma clara demonstração de um homem confiante que construiu muita coisa importante a partir dessa característica, mas que aparentemente o excesso dela tem prejudicado o andamento do seu negócio, que amarga visível declínio nos últimos anos.

O Rei Salomão (maior empreendedor que a humanidade já viu) diz em Provérbios 11 que: “pela falta de direção o povo cai, mas na multidão de conselheiros há segurança e sabedoria”.

As pessoas de maior resultado na vida têm uma característica em comum. Elas sabem que são dependentes, ou seja, precisam de conselhos e novos aprendizados. Nós empresários dependemos não só do mercado, mas dos stakeholders (grupo de interessados na empresa), como parceiros comerciais, fornecedores, clientes e de maneira muito especial dependemos dos nossos colaboradores.

Há um ditado comum entre grandes empreendedores: “Eu contrato pessoas mais inteligentes do que eu para minha empresa”, justamente por entenderem que dependem desse conhecimento especializado (Há Inclusive uma frase atribuída a algumas figuras conhecidas do mundo dos negócios: “Eu só contrato gente muito inteligente, porque de burro aqui já basta eu”. Hehe).

Então amigo empreendedor, saiba da importância de se reconhecer dependente. Essa é uma grande demonstração de humildade e de entender que o empreendedor é um administrador de talentos. Aqueles que de verdade crescem exponencialmente são os que tem a disponibilidade de estar sempre aprendendo, testando e aproveitando o melhor desta boa dependência.

Você tem se demonstrado este líder em constante aprendizado e dependência? Para saber é simples: Qual foi a última vez que você leu um livro sobre sua área, negociação ou gestão? Seus colaboradores têm mais conhecimento técnico que você? Qual o último treinamento ou evento que você sentou como aluno? Quantas consultorias você já contratou para sua empresa?

Perguntas como essa fazem refletir sobre o quanto você está aberto ao novo e o quanto que você tem moído sua independência, se colocando na posição de aprendiz para ouvir conselhos e de tomar boas decisões.

Pense nisso, aplique na sua vida e desfrute do L2P2 – Uma vida de Lucro e Liberdade, Paz e Prosperidade.