A questão do bullying nas escolas tem se mostrado uma preocupação constante no Brasil. Convivemos hoje com casos recorrentes de violência escolar que envolvem o bullying e a ausência de assistência adequada por parte dos que cercam as crianças e adolescentes.
De acordo com recentes dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 40% dos estudantes admitiram ter sido vítimas de bullying na escola. Geralmente, esses incidentes de violência manifestam-se através de agressões verbais, físicas e psicológicas que intimidam e traumatizam as vítimas.
Um suposto episódio recente de bullying na Paraíba exemplifica essa realidade. Lá, um adolescente teria sido agredido por um delegado após um conflito envolvendo a filha do delegado e o adolescente em questão, próximo à escola onde estudam.
Com o avanço da tecnologia, o bullying também se expandiu para as redes sociais, afetando um maior número de crianças e adolescentes. Essa forma de agressão, chamada de cyberbullying, deixa rastros digitais que podem ser úteis para combater esse abuso.
Segundo o educador e psicólogo Rossandro Klinjey, cofundador e embaixador da Educa, uma importante edtech brasileira, muitas vezes esse comportamento passa despercebido pelos adultos. Eles podem não compreender completamente as angústias das crianças e adolescentes.
“Com frequência, eles experimentam dores que são minimizadas porque seus pais e professores já enfrentaram situações semelhantes, que aparentemente não tiveram um grande impacto”, explica Rossandro Klinjey.
As crianças que enfrentam essa forma de violência podem desenvolver transtornos alimentares, síndrome do pânico e outros problemas psicológicos. Todas essas consequências podem ser prevenidas por meio da identificação de sinais e do acompanhamento profissional e apoio familiar.
Com o intuito de conscientizar e auxiliar pais e educadores a identificar sinais de bullying de forma mais ágil, Rossandro Klinjey compilou uma lista com os oito principais indícios que a vítima pode apresentar:
- Isolamento social: Uma reação comum em casos de bullying é o isolamento social. A criança que sofre com o bullying escolar tende a se tornar mais retraída, evitando interações sociais, inclusive no ambiente familiar. Comportamentos como se isolar no quarto ou recusar-se a se juntar à família para as refeições são exemplos de comportamentos indicativos que merecem atenção.
- Mudança de humor: Uma alteração brusca de humor também é uma indicação. Sentimentos de tristeza constante ou irritação crônica, especialmente diante de situações cotidianas, são sintomas que os pais devem observar, pois indicam que algo está errado.
- Recusa em ir à escola: É relevante estar atento a qualquer mudança na relação da criança com a escola. Quando o estudante começa a pedir para não ir à aula ou evita falar sobre a escola, isso pode indicar problemas nessa relação.
- Sintomas físicos injustificáveis: Sintomas físicos inexplicáveis também podem refletir que a criança está enfrentando dificuldades na escola. Dores de cabeça ou em áreas específicas podem ser indicativos de que o corpo está reagindo a uma situação ameaçadora.
- Desempenho escolar declinante: O desempenho acadêmico é outro indicativo que pode sinalizar anormalidades na relação entre o aluno e o ambiente escolar. Os pais devem estar alerta a quedas abruptas nas notas ou a uma súbita falta de motivação nos estudos.
- Reações extremas a situações comuns: Cada família tem suas próprias dinâmicas cotidianas. Perguntas ou brincadeiras usuais costumam receber respostas igualmente comuns. Caso a criança ou adolescente comece a reagir de maneira diferente a essas ações rotineiras, isso pode indicar a presença de medo interior.
- Chorar ou ficar irritado com mais frequência: Mudanças marcantes no humor da criança ou adolescente, como chorar ou se irritar com mais frequência, também são sinais preocupantes e comuns em casos de violência escolar.
- Dificuldades para dormir ou pesadelos frequentes: Estudantes que enfrentam o bullying frequentemente lidam com estresse constante. Isso, por sua vez, pode levar a diversos transtornos que afetam a qualidade de vida das crianças. Uma manifestação clara disso pode ser observada no sono. Dificuldades para dormir ou pesadelos constantes são sintomas frequentes em crianças que estão enfrentando problemas na escola.
Redação Move Notícias
