Por Wagner Albuquerque
A Brisanet, uma das interessadas na faixa de 700 MHz para expandir sua rede de telefonia móvel, propôs durante o evento da Associação Neo, em Brasília, a possibilidade de assumir parte dos compromissos de cobertura em rodovias em troca de um prazo mais longo de uso secundário do espectro, estendido para cinco anos. O CEO da empresa, José Roberto Nogueira, argumentou que essa extensão do prazo permitiria à empresa construir sua rede com mais segurança, evitando a incerteza de ter que deixar a frequência após um curto período de tempo.
Nogueira também expressou preocupação com a possibilidade de a Brisanet não vencer o próximo leilão de espectro, o que exigiria um redesenho da rede. Ele destacou a importância de garantir um uso mínimo de cinco anos do espectro para garantir a viabilidade operacional da empresa. O superintendente da Anatel, Vinicius Caram, confirmou que um novo leilão é provável para definir o futuro do espectro de 700 MHz, sugerindo a inclusão de obrigações para a nova proprietária da faixa assumir o espectro apenas após a liberação pelas operadoras em uso secundário.
Além disso, o mercado está de olho no espectro de 6 GHz, atualmente destinado ao Wi-Fi não licenciado, mas que pode ser parcialmente usado para redes móveis. Vinicius Caram defendeu essa possibilidade, destacando a necessidade de larguras de banda maiores para as próximas gerações de redes móveis. No entanto, ainda há desafios técnicos a serem superados, incluindo a implementação de equipamentos de Wi-Fi 6E nos lares dos consumidores. Enquanto isso, a Brisanet apoia a utilização do 6 GHz para redes móveis, considerando-o essencial para o futuro das operadoras de telefonia.