O governo da Guiné Equatorial confiscou os bens de três empreiteiras brasileiras que trabalham no país africano. A medida é considerada uma retaliação ao Brasil. É que a Polícia Federal brasileira abriu a investigação contra Teodoro Obiang Mang, conhecido apenas como Teodorín, um dos filhos do ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.
O confisco é contra bens das empresas brasileiras ARG, Zagope e OAS. Além de confiscar os bens das empreiteiras, o governo da Guiné Equatorial quer ainda R$ 640 milhões, em indenização.
A Operação LuxuryLiving (Vida de Luxo), da PF, faz referência à hashtag usada por Teodorín nas redes sociais, e tem o objetivo de apurar suposta lavagem de dinheiro na compra de um apartamento, em área nobre, da capital paulista.
Em 2007, Teodorín pagou R$ 15,6 milhões pelo apartamento. A Guiné Equatorial alega que o imóvel era de uso diplomático. O “apê”, está sob ordem de bloqueio.
A PF também investiga outros bens de origem possivelmente ilícita, apreendidos com o filho do ditador, em 14/09/2018, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Teodorín ocultou os bens da alfândega.
Na apreensão de 2018, os policiais encontraram com Teodorín US$ 1,4 milhão em espécie e 20 relógios de luxo, avaliados em US$ 15,4 milhões.
O filho do ditador africano usou as redes sociais para compartilhar a decisão do juiz de primeira instância de seu país.
O magistrado sustentou que o Brasil terá de ressarcir danos e prejuízos causados a Teodorín. A ditadura da Guiné Equatorial acredita que o prejuízo é de R$ 640 milhões.
Teodoro Obiang: o ditador amigo de Lula
A nova fase da operação Lava Jato revelou que ex-presidente Lula resolveu impasse enfrentado por executivos da OAS envolvendo financiamento, em troca de favores, de carnaval do bloco baiano Ilê Aiyê, cujo tema era o país africano, Guiné Equatorial.
Troca de mensagens interceptadas pela Polícia Federal entre executivos da OAS revelaram as relações próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e algumas das maiores empreiteiras do país na obtenção de contratos de obras públicas em países da África e na América Latina.
Um caso emblemático revelado já na 14ª fase da Operação Lava Jato, é o das negociações com o ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que governa o país a mão de ferro há 38 anos.
Por Douglas Ferreira